quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Correndo do alemão

Já tem algum tempo que nos treinamentos tenho exercitado uma prática que vem me chamando a atenção.

Acredito que isso já tenha acontecido com alguns de vocês quando estão dirigindo o carro, e o celular toca e atendemos.

É claro que está conduta não é correta, mas quem é já não fez isso?

O curioso é se você tentar lembrar o percurso que você dirigiu enquanto estava ao celular, com certeza você terá dificuldades.

O certo é que quando você se dá conta, acaba ficando surpreso com a distância que já percorreu e não lembra o que aconteceu neste período.

O que percebi é de que quando estamos dirigindo e falando ao celular é como se estivéssemos em um transe onde o ato de dirigir se torna automático e que todas as ações são feitas inconscientemente.

Mas o que tem haver isso com a corrida?

Em alguns momentos do treinamento, tenho procurado fazer ou tentar alcançar esse transe e que o ato de correr passe a ser automático, onde toda preocupação com o tempo, o percurso, a respiração, passe despercebido naquele momento.

A fim de evitar surpresas desagradáveis que possam trazer prejuízos em virtude de algum acidente, busco esses momentos no treinamento em trechos de pouco movimento, em locais isolados ou específicos para a prática da corrida, e começo a voltar o pensamento em situações que foram vividas ou até imagino viver ainda como corridas que já passei e me trouxeram boas lembranças, momentos marcantes nas corridas, as chegadas, as corridas que ainda pretendo participar, imaginando percursos, o recebimento da medalha, etc...

Grande parte dos treinamentos é na rua e o esforço para me concentrar é muito maior, pois para perder a concentração qualquer coisa que seja e chame muito a atenção como uma buzina mais forte, o cantar do pneu de um carro qualquer coisa que me deixe mais alerta, a concentração facilmente vai embora.

Conseguindo atingir o estágio do transe e depois recuperando a noção de localização, tento me lembrar do percurso que fiz e é ai que me vem à surpresa que é de não conseguir lembrar.

Aos poucos venho tentando tirar proveito dessa situação principalmente em treinos de grande distância onde acredito que quanto mais tempo se conseguir ficar nesse estágio de transe o desgaste será bem menor e aliado a uma boa preparação física poderá obter bons resultados.

Bem, espero que esse meu pouco momento de transe seja realmente alguma coisa positiva no desenvolver de um método para a corrida e não um sintoma de alguma doença relacionada à memória como esse tal de alemão Alzheimer.

Espero que algum leitor e de preferência corredor tenha passado pela mesma situação, pois assim ficarei mais tranqüilo.

Bons treinos, excelentes corridas e espero não ter me esquecido de nada.
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Autor: Samuel Moreira

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Samuel,
Uma vez um psicólogo me disse que esse transe é como um estado de hipnose. E na corrida acredito mesmo que isso ocorra. Para vc ter uma idéia, em NY, uma amiga falou: "você viu o skyline de NY? viu o Empire State?" E eu respondi: "não". Imagine não ver o Empire State!!! rsrsrsrs. Eu estava mesmo hipnotizada. Quando percebi, estava no Central Park. Beijo e bons transes, ou melhor, bons treinos!
Yara

Mayumi disse...

Oi, Samuel?
Obrigada pela mensgem no meu blog! Sou vizinha da Yara! Rsrs. POis @e, ela disse que n:ao viu o Empire State!!! Como? E não viu também o Oceano Atlântico! Rsrs. Estava em transe mesmo! Acho que eu é que não me concentro no percurso! Fico olhando as coisas! Mas eu não tenho muito senso de direção! Posso até lembrar das coisas, mas do percurso... rsrsrs. é outro departamento! Bons treinos!