sábado, 12 de setembro de 2009

Pensem, reflitam e atuem.

Segue abaixo, texto encaminhado pelo André e a Angela que são Coordenadores do Grupo Corpus Vitalle. Tenho como o objetivo de divulgar e prevenir os praticantes de atividades físicas em especial aos corredores que comumente se exercitam nessas áreas.
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Pessoal:

É notória a crescente onda de violência que ocorre em Salvador. Como se não bastassem as várias notícias absurdas de violência que são colocadas na mídia no nosso dia a dia sobre assaltos e latrocínios (roubos seguidos de morte), somos surpreendidos com notícias ainda mais alarmantes para nós que corremos pelas ruas dessa cidade, tão necessitada de espaços públicos para a prática do esporte e lazer.

Que a violência pode nos encontrar em qualquer esquina nesses dias, não há dúvida. Que a gente, como morador dessa grande cidade, vê até o direito de se exercitar em paz ameaçado por isso, também é fato. Mas até que ponto estamos mudando nossos hábitos por causa dessa situação? Em que deveríamos mudar? O que podemos evitar?

Na semana passada foi noticiado em um órgão de grande audiência em Salvador que existe uma gangue de marginais atuando atrás do Aeroclube, assaltando à mão armada os que passam andando ou correndo pelo local. Eles ficam escondidos no desnível existente entre o calçadão e a praia e usam a vegetação para se camuflar. Abordam os que passam no local com violência e não se importam com pessoas acompanhadas e/ou pequenos grupos.

Os casos de assaltos na Boca do Rio (quadras em frente ao motel Maxim's), também em Ondina, próximo ao IBR e no Rio Vermelho (próximo do quartel de Amaralina) já não são tão mais novidade assim e passam a integrar uma inacreditável "normalidade" até nos programas mais sensacionalistas da mídia baiana.

Na quinta-feira última, numa ousada e inacreditável ação, uma moça teve uma arma apontada na cabeça enquanto fazia sua atividade pela manhã, próximo das 6 horas da manhã. O meliante tentou sequestrá-la, levando-a com ele no carro roubado, fato que não foi consumado porque ela saiu correndo pela rua afora gritando e pedindo socorro. Isso não seria uma notícia tão relevante se não tivesse ocorrido na PRAÇA DOS EUCALIPTOS, cerca de 30 metros do módulo policial existente no local e com a rua repleta de gente!

Hoje soubemos que quatro postos da polícia e uma viatura (na Av. Paralela) foram metralhados por bandidos... O fato é que o quadro que está se configurando é que vivemos numa verdadeira guerra urbana e as autoridades pouco fazem para minimizar a triste realidade que temos que conviver no nosso cotidiano.

Dessa inquietação, surgiu a vontade de fazer esse comentário com vocês. Assim lançamos as seguintes questões para que cada um de vocês se perguntem e reflitam sobre a grave questão que nos afeta diretamente:

O que você já fez para evitar assaltos durante corridas e caminhadas? Você já pensou em mudar seu horário de treino, evitando se expor tão cedo nas ruas? Você pensa em trocar seu local de treino para locais com mais pessoas circulando ou com a presença mais próxima de policiais? Você costuma levar consigo vários aparelhos que chamam a atenção como brincos, cordões, pochetes, aparelhos de MP3?

Você já teve o cuidado de esconder seu monitor de FC (ou cronômetro de pulso) ao perceber situações perigosas ou suspeitas?
Você já pensou em fazer seu treino acompanhado por um grupo?
Você já deu queixa de algum furto ou assalto que sofreu?
Você evita de estar em locais conhecidamente perigosos em relação a assaltos?
Você já denunciou atitudes ou pessoas suspeitas, mesmo de forma anônima?

Com base em (más) experiências próprias ou através do desagradável relato de quem já passou por situações assim, por favor denunciem!! Sejam o mais específicos que puderem na descrição e na localização do problema. São assaltos? É violência no trânsito? É falta de policiamento? Ou de iluminação? É no percurso que você faz sempre? Em que altura? É num percurso que você não pretende fazer nunca? Alguma hora do dia é mais crítica?

Podem mandar fotos e vídeos. Espalhem este pedido para todos os corredores que vocês conhecem. Se você tem um blog de corrida, proponha o mesmo para os seus leitores e mande as dicas para a gente também. Se você participa de alguma associação de corredores ou tem um grupo que corre sempre junto, espalhe a notícia. Passe as notícias via e-mail ou mesmo conte para outras pessoas, mas não fique calado. Mostre-se indignado com essa situação. Não seja cúmplice tomando essas situações absurdas como um "fato normal e corriqueiro". Não pense que só acontece com os outros. Essa forma de pensar, além de ser uma ilusão, não lhe dá mais segurança e não irá ajudar a minimizar essa situação absurda na qual nos encontramos.

A partir dessas ações, se houver engajamento de todos (e acreditamos que possa haver), vamos publicar histórias e fazer o mapa da corrida de risco. Essa é uma forma discreta, uma maneira simples, mas que pode ser válida para que possamos reagir de forma pacífica, contudo ativa. Vamos nos mobilizar e, pelo menos em se tratando da nossa própria segurança, não vamos ficar de braços cruzados assistindo tudo como se isso não fosse uma situação muito grave, limítrofe.
Não é a cultura do medo o que pretendemos cultivar, mas a de incentivar a prática da nossa cidadania que é um dever e um direito nosso. Essa mensagem é um convite para que todos nós possamos dar um basta na CULTURA DA INDIFERENÇA.

Esse é o preço que pagamos pela nossa falta de segurança e por morar numa cidade cada vez mais violenta. O perigo existe, mas o risco aumenta em uma proporção exponencial quando pensamos erroneamente que os casos que acontecem todos os dias nunca acontecerão conosco. Avaliem isso com muito cuidado e não negligenciem a segurança de vocês em nome da nada!

Pensem, reflitam e atuem.

André e Angela
Coordenadores do Grupo Corpus Vitalle