terça-feira, 6 de abril de 2021

A primeira a gente nunca esquece

 

Maratona Internacional de São Paulo - 2009


Segue abaixo o relato da minha primeira Maratona que no dia 31 de maio estará completando 12 anos.

De de lá pra cá já fiz mais 10 e cada uma tem a sua particularidade, porém todas tem uma coisa em comum, não foram fáceis.

Maratona de São Paulo - 2009
Primeiramente antes de relatar como foi à corrida gostaria de agradecer a todas as pessoas que me ajudaram na realização de mais este sonho. Ao suporte que tive em São Paulo, a todos os parentes, amigos, colegas de trabalho, amigos blogueiros, vizinhos, amigos corredores, enfim a todos aqueles que torceram por mim.

Dia 31 de maio de 2009, Av. Jornalista Roberto Marinho, São Paulo capital.

Um dia cercado de muitas expectativas, pois tudo era novidade. Um grande número de pessoas com objetivos diferentes uns correndo 10 km, outros 25 km e a minoria 42 km.

Houve-se um tiro de canhão e a corrida começou.

Largada tranquila, e lá fui para encarar o desafio num ritmo confortável. Ainda deslumbrado com a festa, lá se foram os primeiros quilômetros cercado por muitas pessoas.

Nas proximidades do km 5 a primeira separação, pois quem foi para correr os 10 km o trajeto passaria a ser outro e silenciosamente desejei felicidades a eles.

Ao dobrar a esquina do Túnel Presidente Jânio Quadros tinha a placa de 38 km embora só tivéssemos corrido apenas 5 km e falei: aguarde-me que voltarei e segui a procura das placas 6, 7, 8...

Rapidamente vieram os quilômetros onze, doze, mas não olhava para o relógio, pois só queria conferir o tempo aos 21 km.

21 km, o relógio marcava 01h38min o melhor tempo que já havia feito em meia maratona e segui em frente. Tudo estava bem.

Repentinamente ao dobrar uma curva e logo após passar pelo um tapete de marcação do chip no Km 24 senti fortes dores na panturrilha e ainda sem acreditar mais ali era o começo de um longo sofrimento.

A muralha dos 30 km havia começado para mim nos 24 km. Parei, fiz um breve alongamento utilizando o meio fio como suporte e segui na esperança de melhorar. No km 25 outra separação e daí em diante só teria como companhia aqueles que se contentavam só com a maratona.

Nos 26 km outra parada e desta vez pensei que não resistiria. Parei, as lágrimas vieram e também a lembrança de tudo que havia passado não só pelos quilômetros que já havia deixado para trás, mas todo o treinamento que fiz as corridas longas e solitárias, o apoio das pessoas o sacrifício da distância dos entes queridos, do filho, a preocupação com a minha mãe e tia que estão em recuperação de enfermidades, o esforço dos parentes que me apoiaram na estadia aqui em São Paulo, o sacrifício financeiro, pois a minha maratona havia começado muito antes do tiro do canhão da largada deste dia trinta e um de maio.

Neste momento se aproximou um casal em uma moto que faziam parte do apoio e me perguntaram se eu estava bem.

Respondi que eram câimbras e fiquei receoso que eles me tirassem da corrida, pois não sabia qual o critério de avaliação, mas felizmente foram embora. Logo, percebi que não estava solitário nessa agonia, outros corredores estavam sofrendo do mesmo problema.

Depois de alguns passos um rapaz de nome Rogério que estava aguardando um corredor para dar um apoio, me perguntou o que estava sentido e respondi que eram câimbras e prontamente ele retirou de um saco uma pasta branca e disse que passasse nas pernas que certamente iria melhor.

Percebendo a minha dificuldade, ele mesmo resolveu passar a pasta e em seguida me de um pacote de bolacha salgada que ajudaria na reposição do sal no meu organismo.

Perguntei o seu nome e disse a ele que registraria o seu apoio no meu blog dando a ele o endereço para que acessasse e deixo aqui registrado a você Rogério os meus sinceros agradecimentos.

Daí em diante foram momentos de trotes e caminhadas de mais alongamentos de mais dores, mas a cada quilômetro ultrapassado a minha força aumentava. Alguns corredores estavam literalmente parados sendo atendidos pelo pessoal de apoio e espero que eles tenham retomado a corrida, pois faltava pouco.

A vontade era grande de alcançar o túnel e me deparar com aquela placa dos 38 km.

E lá estava ela e disse: Eu te falei que me aguardasse! Aqui estou e vou te deixar ai embora a minha vontade fosse de passar por cima dela, mas agora o que realmente importava era em cruzar a linha de chegada.

Após uma leve curva avistei o local da chegada e pensei estou a poucos metros de me tornar uma maratonista.

Nesse momento ao olhar as pessoas que estavam ao lado do percurso da chegada, reconheci a jornalista e maratonista Yara Achôa que me acompanhou por alguns metros e tirou uma foto. O interessante é que conheci a Yara através da leitura do seu depoimento na Revista Contra Relógio quando ela participou da sua primeira maratona. De lá para cá sempre trocamos informações através de email e do blog. Acho que nesse momento ao vê-la estava ali recebendo a minha primeira medalha.

Obrigado Yara pelo apoio.

A poucos passos estava a minha cunhada Graça me aguardando para entregar a Bandeira do Brasil, pois é um gesto que sempre faço em algumas corridas e segui em frente.

Mais adiante aos gritos estava minha querida esposa Neuza que sempre tem me acompanhado nas corridas das quais muitas delas tem sido a força para não desistir e chegar ao seu final e o meu sobrinho Júnior que registrariam os últimos cem metros.

Após cruzar o tapete final mais gritos, e desta vez era meu primo Jailson e sua esposa Nádia que também registraram a minha passagem pelo local da chegada.

Faço aqui um agradecimento especial a Graça, Jailson, Nadia e Júnior que nos deram o suporte necessário desde a nossa chegada a São Paulo, o difícil momento da corrida e o nosso retorno sem esquecer também de Cristiane amiga de Graça que foi a facilitadora para conseguirmos chegar ao local da largada.

A todos vocês o nosso muito obrigado!

4h38min11s foi o tempo líquido que levei para os 42.195 metros, resultado muito além do que gostaria de fazer. Já com a medalha na mão inicialmente me veio o sentimento de frustração acompanhado de choro.
Depois, ao lembrar tudo que havia passado me conformei e valorizei sim todo o esforço e dedicação e que independente do tempo, o primeiro colocado também correu a mesma distância e se ele é uma maratonista eu também eu sou.

Hoje, ao concluir esse meu relato a mensagem que posso deixar é que todos nós temos a capacidade de se superar, de estabelecermos as nossas próprias conquistas, de acreditarmos que somos capazes de sonhar e fazer com que esses sonhos possam se tornar realidade.

Existem muitas coisas nas nossas vidas que quando acontecem pela primeira vez nunca se esquece e essas 4h38min11s ficarão certamente na minha lembrança pelo resto da minha vida.

domingo, 4 de abril de 2021

Já treinou no COE?

COE - Comando de Operações Especiais da Polícia Civil fica próximo ao Acesso de Cargas do Aeroporto de Salvador.

Mas, para os atletas tanto de corridas, triathlon e ciclistas, o COE trata-se de um local bastante utilizado para a realização de treinos e que por muitos e eu me incluo é o preferido.

A percepção de um treino no COE vai muito da relação com que você tem com o local, onde um dia você pode sai de lá com a sensação de que você é o cara, como também se achar de que precisa treinar mais e muito mais.

Se você já tem o costume de treinar por lá e fizer um treino final próximo de uma competição importante e quase certo que se o treino foi show, a prova vai ser show. 

É um local que pra mim passa muita confiança.

O que tenho observado comigo é de que quanto mais você treina por lá, mais você se sente intimo do local que parece ter vida própria.

Não tenho como dizer que o local é atrativo, pois a paisagem não é aquela beleza toda e se você considerar que logo no inicio a depender da quantidade de despachos / bozós que colocam no local, a população de Urubus também aumenta.

E falando nos urubus, em treinos longos, parece que quanto mais cansado você fica eles percebem e começam a se juntarem no alto dos postes de iluminação. 

Acho que ficam esperando você cair de cansado para atacarem. Isso é mais um comentário, mas, não custa ficar atento.

O local é relativamente seguro embora alguns cuidados principalmente com o transito de veículos devem ser tomados. 

Lá você consegue estacionar sem problemas e mesmo sozinho tem como montar seu kit de hidratação tranquilamente.

O percurso se você considerar o trecho principal da entrada até o final é de aproximadamente 2,5 km , fechando a ida e volta 5 km. 

No meio existe um aclive não muito íngreme e longo porem, a cada volta feita a depender do sua prepara fará uma diferença, contudo no retorno da volta esse aclive passar a ser um declive e pode te trazer um momento de relaxamento.

A possibilidade de você encontrar mais gente é no dia de sábado, embora se for aos domingos, achará sempre algum atleta treinando.

Seguem algumas dicas que pelo ao menos para mim servem:

  • Correr sempre no fluxo contrario aos carros;
  • A depender a distancia que vai treinar, distribuir sua hidratação no percurso;
  • Começar o mais cedo sempre que possível;
  • Se no dia de treino houverem ciclistas dar sempre a preferência pra eles quando passar pelos quebras molas, ou seja deixando a parte da pista próximo ao meio fio, para eles passarem;

Bons treinos e o COE estará sempre lá nos esperando.

sábado, 3 de abril de 2021

Agnaldo Timóteo - Descanse em Paz

Certamente os mais novos não têm a dimensão da perda deste homem para a musicalidade brasileira.

Perdemos mais uma voz marcante e peculiar.

Lamentável!

Agnaldo Timóteo, descanse em Paz, mas vá com a certeza de que sua voz ecoara eternamente nas nossas lembranças e alegrando os nossos corações.

Foto: Sesc Piracicaba / Divulgação

"É com imenso pesar que comunicamos o FALECIMENTO do nosso querido e amado Agnaldo Timóteo. Agnaldo Timóteo não resistiu as complicações decorrentes do COVID-19 e faleceu hoje às 10:45 horas. Temos a convicção que Timóteo deu o seu Melhor para vencer essa batalha e a venceu! Agnaldo Timóteo viverá eternamente em nossos corações! A família agradece todo o apoio e profissionalismo da Rede Hospital Casa São Bernardo nessa batalha", disse a família, em nota.

Música: Tudo passará

Música de Nelson Ned na interpretação de Agnaldo Timóteo