quarta-feira, 24 de março de 2021

Covid X Público em Estádio de Futebol

A comparação que faço é para uma reflexão. 

No dia 13 de julho de 2020 postei neste blog o texto com o título Flamengo X CSA perdem para o Covid - 19 e hoje, quase nove meses depois, estamos prestes a alcançar cinco vezes o público desta partida de pessoas mortas pela Covid.

Se você gosta de futebol é bem provável que você já tenha feito parte do público de uma jogo onde o estádio estivesse bem lotado e com até dificuldade de achar um lugar para sentar e assistir a partida.

Foto do site futebolbahiano.org

Aqui na Bahia, o maior público numa disputa pelas semifinais do Campeonato Brasileiro de 1988 entre Bahia 2 x 1 Fluminense em 1989.

Foram registrados 110 mil pessoas e eu, estava lá.

Pois é, se você também esteve lá neste dia e lembrar da imagem daquela quantidade de pessoas, poderá ter uma dimensão visual da quantidade de mortos na situação atual no Brasil acrescentando que, terá de multiplicar por quase 3 vezes.



Flamengo X CSA perdem para o Covid - 19

 (Foto: Alexandre Vidal, Marcelo Cortes, Paula Reis / Flamengo)

O  maior público registrado no Campeonato Brasileiro do ano de 2019 já perdeu e muito para as  vitimas do Covid -19 registrado até o dia de hoje conforme matéria no site UOL-Consórcio de Imprensa.

Já foram mais de 72 mil pessoas espalhadas pelo Brasil e já ganhou com uma diferença de mais de 6 mil pessoas.

Para se ter uma dimensão da quantidade de pessoas mortas, imagine um estádio de futebol lotado.

Aos presentes na partida realizada no estádio do Maracanã dia 27/10/2019 entre Flamengo X CSA pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2019, terão uma noção mais precisa ou qualquer outra pessoa que já tenha frequentado uma estádio de futebol ou um evento com um público aproximado a 70 mil pessoas.

É lamentável e aliado a uma deficiente politica governamental com o agravante de parte da população não contribuírem para uma amenização da situação, as perspectivas não são animadoras.

Vamos torcer para que muito em breve a validação e aplicação da vacina venha logo.

Dados extraído do site Lance!

Maior público de 2019

Flamengo 1 X 0 CSA - 65.549

Público pagante

terça-feira, 23 de março de 2021

Salvador até Aracajú correndo

Tenho uma grande admiração por eles não só pela demonstração de coragem e determinação, mas também pela cumplicidade dos amigos que certamente foram fundamentais para mais este êxito nesta empreitada.

Alguns de vocês provavelmente já visitaram a belíssima Cidade de Aracajú ou de carro, ônibus, avião de bicicleta, mas correndo.

Para esta turma aí, não chega a ser esta novidade toda sair de Salvador pra Aracajú, pois de Bike não sei nem dizer a quantidade.


Mensagem do Roberto:

"Correndo de Salvador A Aracaju com JEFFERSON PATARO tendo o apoio mais que luxuoso de MAIRA, GIL E MANOEL (que ainda teve tempo para nos ''puxar' em mais de 100km durante a viagem) time de amigos que ajudaram a tornar ainda mais doces e inesquecíveis esses dia na estrada!"

DIA 1 - SALVADOR/PORTO DE SAUÍPE 80KM
DIA 2 - PORTO DE SAUÍPE/CONDE 80KM
DIA 3 - CONDE/BA A PORTO DO MATO/SE 64KM
DIA 4 - PORTO DO MATO A ARACAJU 45KM

Leia aqui o relato do Roberto Encarnação sobre a viagem.

quinta-feira, 18 de março de 2021

Ganhei do coelho na corrida

 

Estou reeditando textos que havia publicado a algum tempo, mas que reativam as minhas energias para este momento que estamos passando.

No conto abaixo a história de um começo que me levou a fazer com que após alguns anos ainda consiga achar determinação, motivação e disciplina, a sempre procurar o meu melhor.

Boa leitura. 

Enchi os pulmões de ar, punhos serrados, e de hoje não passa.

Ainda faltavam algumas horas para a largada.

Levantei da cama, cumpri os rituais costumeiros que faço nas manhãs das corridas e sai, ou melhor, saímos, pois a corrida acaba envolvida também a família.

O dia estava lindo, o sol parecia que não ia deixar por menos.

Era um dia literalmente de praia.

Aos poucos os atletas iam chegando, expectativa aumentando junto com a adrenalina.

Autorizada a largada, saímos todos.

De imediato colei junto ao corredor que o denominei de coelho.

Definição de um coelho extraído do Wikipédia, a enciclopédia livre.

Geralmente usado para provas de meia e longa distância, ele estabelece um ritmo forte pré-planejado que leva os demais competidores a um recorde desejado, geralmente mundial.

Os "coelhos" puxam o grupo de atletas até determinada distância do percurso total num tempo especificado, colocando-os em condições de dali em diante manterem o ritmo e alcançarem os tempos desejados. Provas de longa distância em ruas e estradas, como as maratonas, geralmente tem mais de um coelho, que abandonam a prova após determinada distância, mais comumente na metade dela. Vários especialistas de atletismo e puristas do esporte criticam a utilização de coelhos em tentativas de quebra de recordes mundiais em maratonas, por deixarem os demais atletas numa zona de conforto tirando a natureza competitiva das corridas, algo que não existe, por exemplo, em provas oficiais como os Jogos Olímpicos e o Campeonato Mundial de Atletismo. Alguns destes críticos, chegam a considerar o artifício desonesto.

Comigo isso nunca funcionava, cada corrida após seu final me dava sempre uma grande frustração, mesmo que a cada participação o meu tempo apresentava um melhor desempenho o que para mim não era o bastante.

O desafio foi aumentando, mas havia escolhido aquele dia, aquela prova para alcançar, ultrapassar e quem sabe dar uma bicuda no famigerado coelho.

Eram apenas dez quilômetros.

Dada a largada.

Fomos correndo, correndo e passamos a marca dos cinco, seis, sete, quilômetros e como sempre nada do coelho cansar.

O percurso já era conhecido, embora isso não fizesse a menor diferença.

Faltavam pouco menos dois quilômetros e pensei esta chegando a hora. O coelho estava ficando mais próximo e dava para ouvir o esforço da respiração do maldito coelho.

Era uma corrida realizada pela Marinha do Brasil denominada Riachuelo.

Estava já nas proximidades do Morro do Gato, descendo uma ladeirinha em frente o Barra Vento, e ai definitivamente, de hoje não passa.

Corri, corri, corri, puxei uma bandeira do Brasil que havia colocado na minha cintura. Toda molhada de suor, segurei-a e foi em direção a chegada.

Ataquei.

Quando me lembro, sempre fico arrepiado.

A vontade foi tão grande que subestimei o quanto faltava para a chegada.

Bateu-me um cansaço e comecei a ficar preocupado com o temido coelho.

Já dava para ouvir os gritos, vamos, vamos, passa ele.

A essa altura do campeonato o esforço já era tamanho que pensei:

Só esta faltando tropeçar no diabo do tapete da chegada e o coelho passar por cima de mim.

Finalmente a minha determinação foi maior.

Desfraldei a bandeira, cruzei a linha de chegada e ganhei a corrida para o coelho.

Um detalhe que para essa história não teria muita importância se não fosse à idade do coelho.

Ele tinha 55 anos, 10 anos a mais do que eu se chamava Dr. Gilberto, que por um bom tempo sem ele saber, foi um grande incentivador para que eu continuasse correndo e ultrapassando os meus desafios.

A ele sou eternamente grato, e a quem dedico essa minha história.